sábado, 17 de dezembro de 2011

A última pérola

A Câmara Municipal de Alenquer colocou no seu site uma sondagem com a seguinte questão:

Que projeto de formação desportiva é mais relevante para o concelho?


"Troféu Projeto Desportivo na Área da Formação
No dia 28 de Janeiro de 2012, a partir das 17h30, no Pavilhão Municipal de Alenquer, terá lugar aVII Gala dos Campeões – edição de 2012. No sentido de distinguir projetos de formação desportiva na área do município, foi, nesta edição, instituído o Troféu Projeto Desportivo na Área da Formação.
 A metodologia a seguir para apurar o vencedor do troféu e as menções honrosas será a seguinte:
 • entre os dias 15 de dezembro de 2011 e 14 de janeiro de 2012, estará disponível um inquérito de opinião nesta página web - de caráter indicativo apenas
• a decisão sobre os prémios a atribuir será deliberada em reunião de câmara no dia 15 de janeiro de 2012, por voto secreto, mantendo-se sigiloso o resultado até ao dia da gala
• em caso de empate, os prémios serão atribuídos ao projecto que tenha maior número de atletas
 O critério da lista de projectos a considerar foi o de atletas/equipas inscritas nas respectivas associações ou federações desportivas."

Não consigo perceber qual o objetivo de uma sondagem que, em vez de unir os munícipes do Concelho, os divide em torno de bairrismos e simpatias clubistas. A resposta óbvia para esta estúpida pergunta, não pode deixar de ser, TODOS SÃO RELEVANTES. De que forma se pode avaliar a relevância de um projecto de formação a nível concelhio, quando cada um dos projetos é importante dentro do contexto em que se insere. Querer premiar projetos de formação, não me choca, intitulá-lo como o mais relevante para o concelho, é abusivo e demonstra ignorância. Como pode a CMA atribuir um prémio numa área que desconhece e que não valoriza, que critérios irão suportar este prémio? Querer mostrar serviço através de ideias ridículas, com uma metodologia sem qualificação, não abona nada para a imagem da formação desportiva concelhia. Seria muito mais relevante, convidar todos os projectos de formação existentes no Concelho de Alenquer, e galardoá-los de igual forma, dando assim, maior motivação a todos os que dão corpo ao associativismo concelhio, seria um prémio muito mais justo, e de reconhecimento àqueles que voluntariamente trabalham em prol de uma sociedade mais justa e apetecível.

domingo, 4 de dezembro de 2011

As Actas e os nós, que não desatam...

ACTA N.º 114
Reunião Ordinária da Câmara Municipal de 
Alenquer, celebrada em 26 de Setembro de 2011. 

I. AUDIÇÃO DO PÚBLICO:
-----Nesta reunião foram ouvidos:

1. – Pedro Matos Pires, Presidente do Alenquer Basket Clube, depois de relatar as actividades desenvolvidas pelo Clube que representa, recordou os valores atribuídos às várias colectividades do concelho, com contratos desportivos, enquanto a comparticipação atribuída ao seu clube foi posta em causa. ---------------------------------
-----Pretendeu ainda saber para quando está prevista a marcação dos campos, dos pavilhões, Municipal e do Agrupamento Damião de Goes, de acordo com as regras oficiais aprovadas pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). -------------------
-----O sr. Presidente lembrou que, para além do valor de 1500€ que lhe é concedido, esta Câmara Municipal suporta as despesas das infra-estruturas (água e luz), uma vez que utiliza um edifício municipal como sede. --------------------------------------------------------

Brilhante justificação, uma sala com 15m2 onde reunimos quinzenalmente e onde não existe nenhum vestígio de torneira, quanto mais de água, com certeza que pesa muito no orçamento camarário.

--Quanto às marcações no campo do Pavilhão Municipal, estas vão ser executadas brevemente. ---

Aguardo pacientemente, mas não sentado, o telefonema prometido em sessão de câmara de 26 de Setembro pelo sr. Presidente, para me informar das datas das marcações (entretanto já efectuadas).

-----O sr. vereador João Hermínio justificou que o apoio atribuído respeita o Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo. ---------------------------------------------

Claro que respeita, mal seria que acontecesse o contrário, mas o apoio também discrimina 120 jovens, por não aplicação do mesmo regulamento.

-----O sr. Pedro Matos Pires alertou para a impossibilidade das suas equipas jogarem na primeira fase, caso os campos não estejam marcados. --------------------------------------

-----O sr. vereador Nuno Coelho pretendeu saber se o protocolo para a utilização de
equipamento municipal já foi estabelecido entre esta autarquia e aquele Clube, e se as
marcações são necessárias nos dois pavilhões, uma vez que os jogos só decorrem no
Municipal, sendo o da escola para a prática de treinos. ---------------------------

Também jogamos na Escola.

-----O sr. vereador João Hermínio informou que o protocolo ainda não foi formalizado,
dado o Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo, só ter entrado em vigor no
passado dia 19 de Setembro e que a marcação do campo do pavilhão da escola só
poderá ser realizada com a anuência daquela.

O protocolo não foi assinado porque a CMA não quis. Durante meses foi solicitada uma minuta ao Vereador João Hermínio, que prometendo o envio da mesma, consecutivamente foi dando diversas desculpas, levando a que até ao dia de hoje o dito protocolo não se tenha efectivado, nem a minuta conheço. Justificar com o regulamento de apoio ao associativismo, a não assinatura do protocolo, é ridículo.

Em relação à marcação do pavilhão da escola, dizer a 26 de Setembro que as marcações no pavilhão da escola só poderão ser realizadas com a anuência daquela, depois de ter garantido no dia 30 de Agosto que as marcações do pav. Municipal e do pav. da Escola estavam adjudicadas à empresa AFF, e que seriam executadas na primeira quinzena de Setembro, demonstra bem a conduta do Vereador João Hermínio.

ACTA N.º 116
Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Alenquer, celebrada em 3 de Outubro de 2011.

II. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA :

----------1. – O Sr. Vereador Nuno Coelho:
-----f) – Alenquer Basket Clube: - lembrou que, na reunião anterior o Presidente do clube em título solicitou a marcação dos pavilhões que utilizam para a sua prática desportiva (o Municipal e o do Agrupamento Damião de Goes). Esta semana teve conhecimento que ofertaram a tinta e o Agrupamento autorizou a marcação, faltando só o pavilhão municipal. ------

---Vou explicar melhor, no dia 28 de Setembro solicitei à Sra Diretora do Agrupamento Damião de Goes, que autorizasse a pintura das marcações no pav da escola, e nós, depois da devida autorização, com tinta oferecida e com mão de obra fornecida por atletas, pais, avôs, treinadores e diretores, no dia 1 de Outubro fizemos um excelente trabalho de marcação do piso, poupando ainda ao orçamento do agrupamento cerca de 1.500€. Fizemos assim, porque estamos dispostos a ajudar no que for necessário, e porque tínhamos jogos marcados para dia 5 de Outubro e não queríamos defraudar as expectativas dos nossos atletas, por incompetência e má-fé de gente irresponsável.

-----O sr. Presidente informou que este trabalho foi adjudicado à empresa Fabrigimno.

O tal trabalho que na versão do Vereador João Hermínio já estava em 30 de Agosto, adjudicado à empresa AFF. 
O trabalho foi então executado no dia 21 de Novembro, e ainda bem, fico muito contente por Alenquer ter finalmente um Pavilhão (elogiado por todos), que a partir de agora pode albergar grandes eventos das principais modalidades.

----------3. – O Sr. Vereador José Catarino:

-----b) – Pavilhão da Chemina: - comentou que foi surpreendido por um munícipe, pelo facto de as luzes do Pavilhão da Chemina estarem acesas, e lá dormirem mexicanos. Por isso, solicitou informação sobre o assunto, uma vez que o espaço estava interdito. ----------
-----O sr. vereador João Hermínio informou que, na zona não perigosa, próximo dos
balneários, ficaram instalados forcados mexicanos, que tiveram o apoio de diversas colectividades e entidades locais, a nível de roupa, colchões e de alimentação mais  económica.
-----O sr. vereador Nuno Coelho recordou que o encerramento de actividades desportivas na Chemina, se deveu ao risco de queda da cobertura.
-----O sr. Presidente explicou que o perigo tem origem no trepidar provocado pela prática das actividades desportivas no 1.º piso, não existindo esse risco no rés-do-chão. ------------

Sem pôr em causa o trabalho dos técnicos que avaliaram a estrutura, acho que as explicações são escassas. 
Falta o relatório do LNEC, como foi prometido. Aliás, o Vereador João Hermínio disse-me que a reparação dos danos andaria à volta dos 20/30 mil euros, não sei em que dados se apoiou, mas segundo ele o problema não é assim tão grave. Mas se acham que acabar com a trepidação das actividades desportivas resolve o problema, quem sou eu para duvidar.

Apreciação global das Actas: Estou farto de mentirosos…

sábado, 29 de outubro de 2011

Desenganados

Durante muito tempo defendi autarcas do meu partido de acusações que eu considerava gratuitas, julgava eu que era a eterna mania de criticar por criticar, pois até os tinha em boa conta. Mas, o tempo, aquele que tudo cura e tudo trás, fez-me perceber que realmente as críticas eram fundamentadas, e estava perante uma nova realidade que eu não desejava para Alenquer. Nos últimos quinze anos sustentei que não queria estar na pele de quem sucede-se a Álvaro Pedro, de qualquer forma, pensei que uma nova geração de autarcas pudesse trazer outra atitude, uma energia positiva que nos tirasse do isolamento a que fomos votados, mais uma vez fui enganado. Infelizmente para Alenquer, e para o Partido Socialista, calhou-nos a fava do bolo, somos desgovernados por dois autarcas que de socialistas pouco têm, e que teimam em abusar da incompetência e da má fé... 

"Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo..."
Abraham Lincoln

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Não quero ser desagradável

   Não quero ser desagradável, mas começo a ficar perturbado com tanto mentiroso compulsivo que aparece na política. Nem sequer falo nas promessas eleitorais, que são rasgadas no dia seguinte à tomada de posse, preocupa-me sim, a tranquilidade com que se mente, como se nós fossemos todos uma cambada de incultos e andássemos a "comer gelados com a testa". Mas nós também somos culpados, porque somos enganados, e só de 4 em 4 anos é que lhes pedimos contas, e alguns nem isso. 
   Não quero ser desagradável, mas começo a ficar farto de alguns autarcas de Alenquer, que não reconhecendo a sua incapacidade, continuam a pensar que tudo gira à volta de uma forma de governar ridícula, que nos levou ao estado em que está o nosso concelho.
   Não quero ser desagradável, mas perdi a paciência, e vou nos locais apropriados, exercer o meu dever de cidadão, nem que para isso tenha que ser desagradável.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Poupar aumenta a qualidade de vida


Quero partilhar com todos algo que me ocorreu ao analisar um conjunto de situações, que à partida não estariam relacionadas.

Abandono de Idosos
As novas estruturas familiares resultantes das exigências do mercado de trabalho, resultantes de uma sociedade muito descaracterizada, e até resultantes da crescente falta de valores com que nos deparamos dia-a-dia, levaram a que o abandono de idosos tenha aumentado de forma assustadora. Infelizmente todos os dias são tornadas públicas notícias de maus tratos, de mortes por solidão, de mendicidade, etc.

Sedes de Associações Encerradas
Nas mais diversas zonas do País existem sedes de associações recreativas, culturais e desportivas, que por variadíssimas razões se encontram encerradas, portanto sem qualquer tipo de utilidade no momento.

Desemprego
O número de desempregados, como se sabe, tem vindo a aumentar nos últimos anos, podemos encontrar nesse rol, Animadores Culturais e Sociais, Psicólogos, Professores, Auxiliares, etc. Pessoas válidas, com muito para dar ao seu semelhante.

Serviço Nacional de Saúde
A faixa etária com maior percentagem de utentes do SNS, é sem sombra de dúvida a que se refere aos idosos, as filas de madrugada por uma consulta, o tipo de medicamentos prescritos pelos médicos e o aumento da esperança de vida, são alguns dos muitos sinais que nos levam a ter certeza da necessidade de olhar para os idosos do SNS de outra forma.
 

Com estes dados, proponho que se disponibilizem as sedes de associações, com ou sem actividade, para que possam acolher os idosos que necessitam de uma palavra amiga, de um ombro amigo, ou de uma actividade que os faça sentir úteis, e ao mesmo tempo fazê-los esquecer as tormentas diárias. Para isso, poderemos contar com os centros de emprego, onde recrutaremos a massa humana necessária a cada uma das exigências geográficas. Todos os profissionais poderão ser requisitados numa situação de desemprego activo, ou seja, sem custos adicionais para o estado. Na minha opinião estarão reunidas condições para pouparmos ao SNS, muitos milhares de euros, retirando dos centros de saúde e dos hospitais, milhares de utentes, que afinal, a única coisa que precisam, é de carinho e atenção.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

os grandes e OS PEQUENOS

A vitória de Portugal na Colômbia frente à França, e o consequente apuramento para a final do Mundial de Futebol em sub-20, vem pôr a descoberto as negociatas que orientam a gestão dos clubes. Num País em recessão gastam-se dezenas de milhões de euros em jogadores estrangeiros, grande parte deles de qualidade duvidosa em relação ao investimento por eles feito. Em sentido contrário, emprestam-se e vendem-se jovens jogadores, de elevada qualidade, que raramente lhes são dadas oportunidades nos clubes que os formam. Esta inversão de prioridades fará, mais tarde ou mais cedo, com que os jovens praticantes das mais diversas modalidades, se questionem em relação ao seu percurso enquanto desportistas. Claro que valerá sempre a pena enveredar pela prática desportiva, para isso estarão sempre de braços abertos os pequenos clubes, de orçamentos reduzidos, que vivem de mão estendida a ver outros que nada trazem à valorização do desporto como escola de virtudes, esbanjar milhões. Vamos ajudar os clubes dos nossos Concelhos a continuar a luta por melhor formação, quase que me dá vontade de apelar a que boicotem os jogos dos "grandes", e aquilo que se poupar reverta para promover o desporto das nossas terras.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Risco de contágio

As notícias assustadoras dos últimos dias, a propósito dos tumultos na Grã-Bretanha, levam essencialmente, a que nos interroguemos das motivações e finalidade dos protestos. As medidas de austeridade, os problemas sociais, raciais e religiosos, o desemprego, etc., poderão justificar indignação, mas nunca manifestada da forma que temos presenciado agora em Inglaterra, e anteriormente na Grécia e em França. Por outro lado, a nossa habitual denominação de "povo de brandos costumes", não nos pode fazer esquecer a proximidade geográfica de todos os incidentes referidos. Mas ainda mais preocupante, é sermos confrontados com as idades dos revoltosos, na sua esmagadora maioria tratam-se de jovens, e alguns são crianças de 10,11,12 anos, o que torna a situação ainda mais devastadora.
O que podemos fazer para reduzir o risco de contágio?
O desporto e a cultura podem ter um papel determinante na profilaxia de desvios sociais, é necessário que governo e autarquias apoiem quem no terreno, voluntariamente trabalha nas mais diversas associações, de modo a que crianças e jovens possam ser formados e encaminhados, para uma sociedade mais justa e solidária, onde o egoísmo e a inveja possam ser exterminados. As políticas de proximidade são a única forma de minimizarmos os riscos de doenças sociais, algumas delas crónicas. Cada um de nós na nossa aldeia, vila ou cidade, no nosso bairro ou na nossa rua, terá que participar mais nas iniciativas levadas a efeito, e no caso de pouca actividade local, promovê-la. A minha experiência de dirigente associativo, tem sido muito gratificante, no caso da prática desportiva, já assisti a diversos casos de integração social, que são bem o exemplo daquilo que desejamos para a nossa sociedade. O voluntariado nas "colectividades", é, como o nome indica, trabalhar para o colectivo, vamos todos fazê-lo.